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Enfermagem Militar em destaque: General e 1º Sargento são homenageados no Prêmio Anna Nery

Na noite dessa quarta-feira (9), a Enfermagem Militar ganhou destaque durante a cerimônia do Prêmio Anna Nery, a maior honraria da categoria no Brasil, realizada pelo Conselho Federal de Enfermagem (Cofen). O general de divisão médico Marco Aurélio Pereira, diretor de Saúde do Exército Brasileiro, recebeu o título de Amigo da Enfermagem. Já o 1° sargento técnico de enfermagem Artur Luis Santiago foi homenageado por indicação da Comissão Nacional de Enfermagem Militar do Cofen. Reconhecimento ao general Marco Aurélio O militar foi lembrado pelo apoio histórico dado à Enfermagem e pela valorização dos profissionais em sua gestão. Sob sua liderança, mais de 13 enfermeiros foram nomeados para cargos de chefia em postos médicos e hospitais militares. Também foi dele a decisão de garantir espaço para enfermeiros na Diretoria de Saúde, em divisões estratégicas para o funcionamento do Sistema de Saúde do Exército. Um marco simbólico foi a escolha da primeira mulher, também enfermeira, para ocupar a Chefia de Gabinete da Diretoria. Durante a homenagem, o general se emocionou ao dedicar o prêmio à sua mãe, enfermeira, que considerou sua maior inspiração. “Recebo esta homenagem com humildade e emoção, dedicando-a à minha mãe, que me ensinou o valor do cuidado, da compaixão e do respeito ao próximo. Tudo o que construí na minha trajetória carrego com base nos ensinamentos dela. É também a memória dela que me inspira a apoiar e reconhecer o papel essencial da Enfermagem, pois são profissionais que, assim como minha mãe em sua simplicidade, dedicam-se incansavelmente a cuidar da vida”. O presidente do Cofen, Manoel Carlos Neri, destacou a importância do gesto. “O General Marco Aurélio é um parceiro da Enfermagem brasileira. Essa condecoração é um reconhecimento ao seu compromisso com a saúde e à abertura para caminharmos juntos em projetos que fortalecem não apenas a profissão, mas toda a sociedade”, afirmou. Já o coordenador da Comissão Nacional de Enfermagem Militar do Cofen, Wilton Patrício, afirmou que “esse reconhecimento fortalece ainda mais a ligação entre a Enfermagem e a saúde militar. O general Marco Aurélio representa o compromisso com a vida e com o cuidado em situações de alta complexidade”. Homenagem ao 1º sargento Artur Santiago Também foi homenageado, por indicação da Comissão de Enfermagem Militar, o 1º sargento técnico de enfermagem Artur Luis Santiago. Conduzido ao palco por Wilton Patrício, Artur recebeu o reconhecimento pela sua trajetória marcada por dedicação e experiências em contextos críticos. Santiago iniciou sua carreira na Enfermagem em 2006, como sargento técnico da Força Aérea Brasileira (FAB), e se especializou na área operacional com cursos de Saúde Operacional e Treinamento Fisiológico Aeroespacial. Em 2007, integrou a Equipe Tática do Hospital de Campanha (HCAMP) da FAB, participando de diversas missões de resposta a desastres. No Haiti, em 2010, atuou em missão humanitária após o terremoto. Mais recentemente, em 2022, participou da Missão Extra-Plamtax, prestando apoio de saúde à comitiva da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República. Além da atuação militar, o sargento também integra o SUS, desde 2016, no Pronto-Socorro Infantil do Hospital Materno-Infantil de Brasília, e foi palestrante no CBCENF de 2024, onde falou sobre o protagonismo da Enfermagem Militar em ações operacionais e humanitárias.

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Qual o limite da IA na Enfermagem?

Em tempos de Inteligências Artificiais (IA), a Enfermagem é mais do nunca protagonista na saúde. Essa é uma das conclusões do debate que norteou uma das sessões científicas do terceiro dia da programação do 27º CBCENF. As discussões sobre o “Uso de Inteligência Artificial e Big Data para a tomada de decisão na gestão de Enfermagem” atraíram a atenção de dezenas de profissionais e estudantes. Membro da Câmara Técnica de Enfermagem Digital do Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo (Coren-SP), o enfermeiro e professor Rodrigo Jessen mostrou como os profissionais de Enfermagem são importantes na coleta de informações que alimentam os sistemas de inteligência artificial (IA), sendo elas generativas, que criam coisas novas, como textos ou imagens, com base nos dados que recebem; as descritivas, que analisam dados para explicar o que está acontecendo ou o que já aconteceu; e as preditivas, as IAs que usam dados para prever o que pode acontecer no futuro, ajudando a prevenir doenças, problemas individuais e até crises de saúde. Rodrigo explica que o uso de IA é um caminho crescente e que o Ministério da Saúde já possui estratégias de integração e compartilhamento de dados, sendo algo a ser usado a nosso favor para desenvolver modelos de algoritmos. “Hoje, a Enfermagem já tem um grande protagonismo na saúde e isso será ainda maior. Na questão do uso de IA preditiva, por exemplo, para as atividades de prevenção, promoção da saúde, a gente tem um potencial no campo de atuação para a atenção primária. Nós já trabalhamos muito com prevenção e promoção, e apoiados pelas IAs preditivas, por exemplo, teremos uma possibilidade de realmente causar impactos na prevenção de riscos. Apesar do protagonismo da Enfermagem no cenário que envolve saúde e tecnologia, a enfermeira e especialista em IA e Metaverso, Raquel Acciarito, que também integrou a mesa de debates, faz um alerta. Segundo ela, é necessário um investimento em educação para que haja uma coleta de dados com qualidade. “As ementas hoje não estão totalmente formatadas para a transformação digital na área da saúde. O MEC tem trabalhado fortemente para mudar as diretrizes curriculares para que esse componente esteja no contexto de formação. Se a gente não formar um enfermeiro ou técnico sobre saúde digital, sobre inteligência artificial e prontuário eletrônico, a gente vai ter lacunas no meio do caminho”, ressalta. A coordenadora da Câmera Técnica de Enfermagem Digital do Conselho Regional de São Paulo (Coren-SP), Heloísa Peres, destacou a importância da qualificação tecnológica da categoria, mas também os limites que as tecnologias devem ter no dia a dia da Enfermagem, para que sejam usadas no empoderamento do profissional ao invés de substituí-los. “Quem vai dar esse limite somos nós, a sociedade e a nossa profissão. A Enfermagem precisa das regulações. Veja quanto, às vezes, de IA é utilizado para gerar imagens, dar uma outra percepção de realidade. Imagine isso para a saúde, o quanto é grave”, alerta. Heloísa reforça que as informações utilizadas para traçar os diferentes cenários no Brasil precisam ser fiéis a nossa realidade. “Discutimos aqui a questão dos algoritmos. Mas quem são os algoritmos? Pense também no que está sendo desenvolvido internacionalmente, que não reflete a nossa realidade, e mesmo assim é usado como referência para traçar alguns cenários. Isso é muito sério e nós precisamos caminhar para essas regulamentações nacionais primeiro, para depois incorporar no Sistema Cofen/Conselhos Regionais”, conclui.

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