O segundo dia do 24º Congresso Brasileiro dos Conselhos de Enfermagem (CBCENF) contou com uma manhã de importantes reflexões sobre a evolução da humanidade e o papel de enfermeiros, técnicos e auxiliares não apenas como profissionais essenciais do cuidado, mas também como sujeitos sociais no mundo. Abrindo a programação da manhã, a filósofa e psicanalista Viviane Mosé, diante de um auditório cheio, apresentou a palestra magna “O vivido, o presente e o amanhã: lições do tempo para a vida humana e profissional”, abordando diversas temáticas sociais e promovendo relevantes questionamentos aos congressistas que acompanhavam de forma presencial e por meio da multiplataforma Cofenplay.
Após declamar um poema profundo sobre a luta e o papel da Enfermagem na pandemia, Viviane Mosé iniciou sua fala abordando as mudanças que a pandemia da covid-19 vai produzir na humanidade. “A pandemia vai realizar mudanças marcantes no mundo, mas as transformações deste período não serão sentidas neste momento, somente daqui a alguns anos. Levará um tempo para que consigamos medir a dimensão deste momento histórico em nossas vidas e de que forma vamos evoluir enquanto seres humanos”, afirmou.
A filósofa construiu uma linha do tempo sobre o desenvolvimento da existência humana. “Foi a compreensão de que não somos ninguém, de que não sabemos para onde vamos e nem do porquê estamos neste mundo que nos deu força para agir. Nossa fragilidade nos constitui”, destacou.
Viviane prosseguiu. “É a consciência da morte que faz nascer o valor da vida. Este é o momento fundamental de entender as coisas, não de forma intelectual, mas de forma empática. Vivemos crises gravíssimas no mundo”.
Outro tema abordado foi a tecnologia no mundo contemporâneo. Para a palestrante, os avanços tecnológicos podem ajudar a curar as mazelas da atualidade. “A virtualidade pode ajudar a salvar a natureza, a Amazônia, a clonar animais. A tecnologia trabalha ao nosso favor, não podemos lutar contra ela”, enfatizou.
Ao falar do trabalho da Enfermagem e diante de aplausos, Viviane foi categórica. “O papel de vocês não é curar doenças, mas produzir vida. A saúde precisa produzir saúde”, frisou.