Fórum debate, nesta quarta-feira (14/9), as prioridades políticas, ético-legais e técnicos-científicas da Enfermagem. Com moderação do vice-presidente do Cofen, Antônio Marcos Freire, a mesa da manhã reuniu a presidente da Federação Panamericana da Enfermagem (Feppen), Maria Concepción Chávez, a presidente da Ordem dos Bastonários de Portugal, Ana Maria Cavaco, e o assessor Claúdio Porto, representando a presidente do Cofen, Betânia Santos.
Maria Concepción apresentou dados da Enfermagem Latino-americana. O excesso de carga horária, que oscila entre 40 e 44h semanais, pode chegar a 50h em alguns países, é um desafio comum à realidade latino-americana, que enfrenta também desafios como a desvalorização salarial. “60% dos recursos humanos de Saúde na América Latina são de Enfermagem. Imagine se todos eles falarem, com uma única voz. Hoje o mundo seria diferente”, afirmou.
A formação profissional e a luta para dignificar a Enfermagem também é uma realidade em Portugal, relatou a presidente Ana Maria Cavaco. A situação econômica impele profissionais a migarem para países mais desenvolvidos, gerando défices na assistência. Dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), citados pela palestrante, indicam que 550 mil enfermeiros estrangeiros atuam em 36 países da organização, que reúne nações industrializadas.
O Conselho Internacional de Enfermagem prevê défice de 13 milhões de profissionais. No Brasil, a migração não é expressiva, mas há sinais de alerta. O convênio entre o Cofen e a Alemanha, para trabalho legalizado em condições adequadas, atraiu tantos interessados que foi preciso antecipar o prazo de recebimento de currículos.
Representando a presidente Betânia Santos, a assessor Cláudio Porto destacou a iniciativas de qualificação profissional, como estratégia de melhoria da assistência e valorização dos profissionais. “O uso crescente da tecnologia exige a presença do enfermeiro no processo assistencial direto, não apenas na coordenação”, afirmou. “A Enfermagem é a única profissão que está 24h ao lado do paciente. Esse protagonismo precisa ser exercido com qualificação, com base em evidência científicas, técnicas e tecnológicas”.
As atividades prosseguem à tarde, com discussões sobre as perspectivas para o mercado de trabalho da Enfermagem na América Latina pós-pandemia.