Esclarecendo os achismos e atualizando as técnicas de vacinação, o 26º Congresso Brasileiro dos Conselhos de Enfermagem (CBCENF) abriu espaço para enfermeiros com grande experiência na área. A atividade foi ministrada pela coordenadora geral de incorporação científica do Ministério da Saúde, Ana Catarina Melo, pelo representante da sociedade brasileira de imunização na Paraíba, Clebson Veríssimo, e pela educadora na área de imunização, Evelin Plácido.
Um tema que mereceu destaque foi a importância da cadeia de frio, ou seja, a manutenção das vacinas na temperatura ideal desde a sua saída do fabricante, até a aplicação no usuário do sistema de saúde. “Uma vacina exposta à temperaturas não ideais pode perder sua capacidade de imunização. É sempre bom lembrarmos que vacinação e imunização não são sinônimos. Nem toda vacina aplicada se traduz em uma imunização no paciente”, pontuou Clebson Veríssimo. O profissional explicou que os materiais imunobiológicos devem ser acomodados em uma rede de frio, que inclui toda uma estrutura técnico-científica para a manutenção adequada da cadeia de frio.
Ana Catarina apresentou uma ideia que pode ser aplicada por todo profissional de Enfermagem que trabalha com imunização: a vacinação de oportunidade. “A oportunidade de vacinação muitas vezes chega até nós quando atendemos, por exemplo, uma criança que está com cinco vacinas atrasadas. É a chance que temos de atualizar a carteira vacinal dessa criança sem medo, não existe sobrecarga imunológica”, afirmou, desfazendo o mito de que a aplicação de mais de um tipo de vacina pode trazer algum dano ao paciente: “O cuidado que temos que tomar é o de não aplicar duas vacinas com princípio ativo vivo em um intervalo menor que 30 dias. Ou aplicamos as duas no mesmo dia ou devemos esperar 30 dias entre uma e outra”.
Ainda dentro do aspecto prático do curso, a enfermeira Evelin Plácido mostrou uma atualização das técnicas de administração de vacinas, de acordo com a versão atual do manual de normas e procedimentos do Ministério da Saúde. Ela expôs dez diretrizes para garantir uma imunização segura e eficiente: “Para cada imunizante que aplicamos, devemos nos certificar de que é o paciente certo, o momento certo de vacinar com a vacina certa e o diluente certo, com o preparo certo, na dose certa e pela via certa. A orientação deve ser certa, a administração certa e o registro de Enfermagem certo”.
O curso se encerrou com exposições sobre a sala de vacinação e os eventos supostamente atribuídos à vacinação e imunização (ESAVI). “Para evitarmos eventos adversos, a sala de vacinação deve ser exclusiva. Isso deve ser um mantra nosso. Todas as vezes que colocamos um outro procedimento nessa sala, há grande chance de haver erro. Atualmente o volume de trabalho na sala é muito grande, pois graças ao avanço científico, o calendário vacinal se tornou bastante complexo por conta da quantidade de vacinas que temos hoje”, concluiu.