Enfermagem também atua na reabilitação de pessoas com deficiência e doenças crônicas

Enfermeira Carla Shubert e a mediadora Luana Bispo

No terceiro dia do 26º CBCENF, uma sessão científica intitulada “Atuação da equipe de Enfermagem de reabilitação no processo do viver, adoecer e morrer” chamou a atenção pelo tema. Apesar do termo “reabilitação” não ser habitualmente ligado à atuação de enfermeiros, técnicos e auxiliares de Enfermagem, a categoria sempre fez parte da assistência dos cuidados de pessoas com deficiência e de pacientes com condições crônicas. Por muito tempo ela não foi reconhecida como prática específica e realizada com a devida intenção, mas isso mudou com a Resolução Cofen nº 728/2023, que normatizou a atuação da equipe na especialidade

A primeira palestrante, enfermeira Carla Shubert, destacou seu trabalho com pessoas com deficiência auditiva, auxiliando a inserção dos pacientes de forma mais plena na sociedade. “O corpo com deficiência não é um corpo que precisa ser corrigido para ser introduzido na sociedade. Temos que auxiliar essas pessoas a se inserirem da forma que são”, colocou Carla.

A enfermeira Caroline Porcelis trouxe o conceito indígena de “bem viver”,  correlacionando com o trabalho do enfermeiro de reabilitação. Cada membro de uma sociedade deve ser corresponsável pelo bem estar e pela qualidade de vida de todos os outros. “A relação entre o enfermeiro e a pessoa cuidada em reabilitação contribui para o bem viver acontecer. Por meio da reabilitação, a Enfermagem deve incluir essas pessoas de forma que elas tenham seus direitos assegurados”, concluiu.

As enfermeiras Fabiana Faleiro e Caroline Porcelis

Após trabalhar a definição e o reconhecimento da reabilitação como especialidade, a enfermeira Fabiana Faleiros foi convidada para participar de um Grupo de Trabalho, que definiu e delimitou claramente a atuação da Enfermagem nessa área, o que resultou no reconhecimento da especialização pelo Conselho Federal de Enfermagem (Cofen).

A profissional explicou como a reabilitação está inserida de forma intrínseca na atuação do enfermeiro: “Todo enfermeiro reabilita pacientes, mas a maior parte deles não sabe disso. Em uma UTI, quando reensinamos nosso paciente a pentear os cabelos ou a escovar os dentes, estamos trabalhando também com reabilitação”.

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