Enfermagem debate futuro da categoria com o uso da inteligência artificial

À medida que a tecnologia avança a passos largos, a Enfermagem enfrenta um momento de transformação significativa, onde a Inteligência Emocional (IE) e a Inteligência Artificial (IA) se encontram e interagem. Para aliar os cuidados presenciais e as ferramentas digitais, o futuro do papel exercido pela categoria dentro da assistência foi debatido no 26º Congresso Brasileiro dos Conselhos de Enfermagem (CBCENF).

A sessão científica iniciou ressaltando a importância do tema, não somente na rotina laboral, mas desde a graduação e seleção de gestores. A Enfermagem precisa ter e oferecer um apoio emocional, a fim de proporcionar um atendimento mais humanizado ao compreender as necessidades dos pacientes e da equipe de trabalho. “A essência da nossa profissão é trabalhar a tecnologia viva, que trata de acolhimento, vínculo e autonomizacão. Como queremos falar de novas tecnologias se falta o tratamento adequado na base?”, questiona o palestrante Laércio Neves.

O grande desafio é encontrar um equilíbrio entre as duas abordagens. Enquanto a IA pode automatizar processos e fornecer auxílio nas condutas de saúde, o papel emocional permanece sendo insubstituível no exame físico, empatia e capacidade de escuta. “Inteligência artificial te dá números, a Enfermagem traduz em vidas”, continua.

Neves também destacou que precisamos trazer a reflexão para a hora de contratar novos profissionais. Para ele, as pessoas são contratadas por sua competência e demitidas por seu comportamento. É necessária que ocorra uma avaliação pessoal que inclua a habilidade, o conhecimento e a tomada de atitude. “Gestores não podem perder o rumo da sua equipe, do atendimento adequado e o tato com a relação interpessoal no trabalho”, afirma.

Na rotina profissional e na graduação, é preciso evidenciar e desenvolver a gerência de relacionamentos e autoconhecimento. A Enfermagem deve estar norteada pela competência técnica e não pelos recursos tecnológicos. “Não há problema em realizar avaliação por ferramentas tecnológicas, mas o feedback ainda precisa ser presencial, pois nada substitui o olho no olho”, diz o palestrante.

Futuro da profissão – A perspectiva é que a maior categoria de saúde do país não perca espaço para a inteligência artificial, mas, sim, ficar mais qualificada e eficiente, prezando pela assistência integral.

Como um aviso, Laércio conclui: a 1ª regra de qualquer tecnologia utilizada nas instituições, é que a automação aplicada a uma operação eficiente aumentará a eficiência. A 2ª regra é que a automação aplicada a uma operação ineficiente aumentará a ineficiência.

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