Como uma tendência inovadora para a melhoria do cuidado à saúde, a Enfermagem em Navegação foi uma das principais pautas discutidas na sessão científica da tarde de quarta-feira (18), realizada no Centro de Convenções de Pernambuco. Dando continuidade à programação do 26º Congresso Brasileiro dos Conselhos de Enfermagem (CBCENF), o curso “Enfermagem em Navegação: uma nova tendência para a prática profissional” destacou a importância dessa abordagem para ajudar pacientes e trabalhadores a superarem as barreiras do cuidado.
A enfermeira Eduarda Ribeiro ressaltou a importância da legislação sobre os direitos dos pacientes, destacando que o enfermeiro navegador pode atuar em conformidade com a lei, de acordo com a Resolução do Cofen nº 735, de 17 de janeiro de 2024, que regulamenta a atuação do profissional de Enfermagem na área. “É importante que o enfermeiro navegador esteja sempre atento à legislação sobre os direitos do paciente, entendendo claramente até onde pode e deve ir em seu contato, inclusive nos cuidados paliativos”, enfatizou.
Uma das pesquisas que Eduarda apresentou para demonstrar a eficácia da navegação na área da saúde foi realizada pelo Departamento de Neurologia da Faculdade de Medicina Chan da Universidade de Massachusetts, em Worcester, Estados Unidos. O estudo mostrou que, com a utilização de uma equipe de enfermeiros navegadores de AVC, houve uma redução nas readmissões não planejadas em 30 dias para pacientes com AVC tratados com trombólise.
“O acesso a uma rede com enfermeiros navegadores pode ter diversos impactos positivos, incluindo a melhoria na coordenação do cuidado, visto que integram diferentes serviços de saúde, garantindo que os pacientes recebam o atendimento necessário em tempo hábil. Além disso, promove o aumento da adesão ao tratamento, uma vez que o suporte adequado dos navegadores contribui para que os pacientes sigam rigorosamente os planos de tratamento, assegurando o acesso a serviços especializados e recursos comunitários.”, destacou Eduarda.
O primeiro programa de navegação foi implementado no Harlem Hospital, em Nova York, em 1990, com o objetivo de reduzir os atrasos no acesso aos serviços de saúde, como início de investigações, tratamentos e cuidados paliativos. Os navegadores eram voluntários, incluindo muitos profissionais da área da saúde saúde. No programa, a taxa de diagnóstico precoce de câncer de mama aumentou de 6% para 41%, e a taxa de sobrevida em cinco anos subiu de 39% para 70%, explicou a enfermeira Tamara Otsuru.
Tamara ressaltou que, embora a navegação em Enfermagem tenha se originado na oncologia, o modelo foi adaptado e agora é utilizado para pacientes com diversos diagnósticos médicos, abrangendo tanto doenças crônicas transmissíveis quanto não transmissíveis. “Os enfermeiros coordenam o cuidado e fornecem educação em saúde para facilitar a tomada de decisões informadas, garantindo, assim, acesso oportuno a cuidados de saúde e psicossociais de qualidade em todas as fases da assistência contínua.”
Futuro da profissão – A expectativa é que a maior categoria de saúde do país avance na melhoria da assistência por meio da navegação, assegurando qualidade e segurança no atendimento, enquanto enriquece a experiência do paciente